
Deriva, 2020
Uma dança de linhas retas e curvas marcam as imagens desta obra. Encontros ao acaso possibilitaram que os registros fossem feitos durante uma caminhada pelas areias do mar da Bahia, numa região cercada de manguezais e braços de rios que desaguam no mar.
A cada passo dado ao longo do trajeto percebeu-se a constância dos vestígios trazidos pelas águas doces que repousavam sobre faixa de areia.
Com a movimentação das marés, cheios tornam-se vazios, e a efemeridade do mar dita o tempo lento e instantâneo com que eventos como este acontecem. Deriva revela os resquícios ou aquilo que sobra desta ação. Assim, a transitoriedade da maré revelou gravetos e pedaços de madeira que rolavam à deriva e se misturavam na superfície da beira-mar. As formas destes materiais chamavam a atenção, e as capturas foram sendo feitas da maneira como estes foram encontrados.